Os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) já começaram a deixar a
Colômbia com os corpos dos jogadores e da comissão técnica da Chapecoense
mortos na tragédia que vitimou quase todo o elenco do clube na
madrugada da última terça-feira, em Rionegro. Ao todo, são 50 caixões sendo
transportados por três aeronaves modelo Hércules, divididos em 17 no primeiro,
17 no segundo e 16 no terceiro. Os veículos iniciaram a decolagem
do aeroporto José María Córdova, em Medellín, às 19h22 desta sexta
(horário de Brasília). De lá, fazem escala em Manaus e têm chegadas previstas a
Chapecó na manhã deste sábado, dando início ao velório coletivo.
O último ato de solidariedade dos colombianos com os brasileiros foi de
luto e mais homenagens. Houve um cortejo do IML local até o aeroporto, onde
militares com distintivos no formato do escudo da Chapecoense em seus uniformes
aguardavam. Houve uma cerimônia com marcha fúnebre antes da entrega dos corpos
aos militares brasileiros, seguida por orações em português e espanhol feitas
por um padre. Tudo aconteceu em absoluto silêncio, só quebrado pelo toque da
marcha fúnebre e pelas palavras do sacerdote. Os aviões chegaram ao aeroporto
às 14h27 (horário local), e os caixões, às 14h45.
Ao todo, são 19 atletas mortos, mais o técnico Caio Júnior, seis
jornalistas e outros 24 corpos de funcionários, diretoria e convidados do
clube. Apenas três jogadores sobreviveram: o zagueiro Neto, o lateral Alan
Ruschel e o goleiro Jackson Follmann. O trio está no Hospital San Vicente: Neto
está clinicamente bem e apresenta boas perspectivas de melhora; Ruschel foi
submetido à cirurgia na coluna vertebral, está com movimentos normais em
membros superiores e inferiores e inspira cuidados, apesar da evolução; e
Follmann tem o estado mais grave, pois teve uma das pernas amputadas e segue
entubado, ainda assim seu quadro é estáve.l