Primeira fuga em massa de presos em 2018 no Ceará ocorreu na
madrugada desta quarta-feira (17) no Complexo Penitenciário de Itaitinga, na
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Ao menos, 20 detentos da Casa de
Privação Provisória da Liberdade Professor Jucá Neto, a CPPL 3, conseguiram
escapar da unidade. Todos seriam bandidos ligados à facção Primeiro Comando da
Capital (PCC).
A
Polícia Militar confirmou a fuga coletiva. Neste momento, várias patrulhas do
Comando Tático Motorizado (Cotam), pertencente ao Batalhão de Polícia de
Choque (BPChoque) estão realizando buscas no entorno do complexo penitenciário
na tentativa de localizar os foragidos.
As
autoridades não informaram, ainda, como aconteceu a fuga, se através da
escavação de um túnel ou por meio de um resgate. Há informações de que muitos
tiros foram ouvidos no decorrer da madrugada e muita movimentação policial na
BR-116, com viaturas seguindo em direção aos presídios.
A
situação está tensa na área já que quarta-feira é um dos dias reservados para
as visitas aos presos daquele complexo. Centenas de familiares de detentos
comparecem às unidades e, com a informação confirmada da fuga coletiva, não se
sabe, ainda, se a visitação será permitida na CPPL 3 e nas demais unidades
localizadas próximas.
Loteamento
A
Casa de Privação Provisória da Liberdade Professor Jucá Neto, ou CPPL 3, tem
registrado uma sequência de fugas iniciada ainda no ano passado desde a
implantação de uma medida pelo governo de separar os presos de facções por
presídio. Na CPPL 3 estariam isolados os bandidos do PCC, enquanto na CPPL
(Casa de Privação Provisória da Liberdade Professor Clodoaldo Pinto) estão os
detentos integrantes da facção Guardiões do Estado (GDE).
Na
CPPL 1 e no Presídio do Carrapicho, em Caucaia, estariam misturados presos
ligados ao Comando Vermelho (CV), Família do Norte (FDN) e da “Massa”, isto é,
aqueles que não pertencem a nenhuma facção.
“Escritórios
do crime”
Esse
loteamento, segundo as autoridades, evitaria a matança de presos como ocorreu
em outros estados como o Pará e o Rio Grande do Norte. Contudo, mesmo
isolados por presídios, os líderes das quadrilhas continuam comandando os
crimes praticados fora da cadeia, ordenando o tráfico de drogas e atentados
contra forças policiais, além de arquitetar fugas através da escavação de
túneis ou por meio de resgate.
Sem
bloqueador de sinal de celular, os presídios viraram verdadeiros “escritórios
do crime”. De lá partem as ordens dos chefões do tráfico para matar inimigos ou
comandar atentados.