Durou cerca de 15 horas o julgamento
de Elson Siebra de Deus, de 48 anos, pronunciado numa Ação Penal de Competência
do Júri por crime de feminicídio contra a professora Silvany Inácio de Sousa, de
26 anos. A sessão aconteceu no auditório do Fórum Hermes Parahyba em Crato e
não teve a presença do réu por solicitação de sua defesa. Ao final, o conselho
de sentença o condenou a uma pena de 46 anos e oito meses em regime de reclusão
pelos crimes de feminicídio e posse de armas de fogo.
A sentença foi lida já tarde da noite
pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Crato, Josué de Sousa Lima
Júnior, que presidiu a sessão. A defesa recorreu, mas Elson Siebra vai
permanecer recolhido a uma das celas da Penitenciária Industrial e Regional do
Cariri (PIRC) em Juazeiro do Norte. No início da sessão foi reproduzido, em
vídeo, o depoimento que o réu prestou em juízo durante a fase de instrução para
conhecimento do Conselho de Sentença.
Logo depois foram tomados os
depoimentos das testemunhas de defesa e acusação. Coube ao promotor de justiça
José de Deus, a acusação pelo crime de feminicídio, pontuando pelo caminho da
futilidade por conta de uma tentativa em reatar um relacionamento, além da
surpresa e crueldade. Nesse caso, citou os disparos à queima-roupa e os riscos
de lesionar outras pessoas que estavam próximas dela na praça pública momentos
antes do início da celebração de missa na Catedral da Sé em Crato.
O Conselho de Sentença acolheu as
qualificadoras, incluindo ainda na decisão o fato de Elson Siebra ter em seu
poder grande quantidade de armas e munições. Já a defesa do réu foi confiada ao
advogado Reno Feitosa Gondim. Em outubro de 2018 tinha sido requerida pela
defesa a averiguação de Insanidade Mental do Acusado, que poderia ser um
caminho para a sua inimputabilidade ou mesmo uma pena mais branda. Movimentos
em defesa das mulheres no Cariri fizeram manifesto em frente ao fórum.
O assassinato da professora Silvany
ocorreu por volta das 18h30min do dia 19 de agosto de 2018 na Praça da Sé e em
meio ao vai e vem de pessoas. Elson saiu de sua casa em frente ao logradouro e
foi ao encontro da ex-mulher, passando a alvejá-la a tiros sem qualquer
discussão. Ela morava na Rua Granjeiro (Bairro Seminário) em Crato e trabalhava
no Colégio Pequeno Príncipe. Logo após o crime, ele foi preso e, depois, a
polícia apreendeu um revólver e cinco espingardas de calibres diversos.
FONTE-MISERIA