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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Homem assassinado quase não pode ser enterrado por falta de aval do prefeito e túmulo é arrombado

Augusto César do Nascimento, de 40 anos, morto a tiros nessa quarta-feira, 29, foi enterrado nesta quinta, 30, no cemitério de Santana do Acaraú (a 212 quilômetros de Fortaleza). Isto, depois de esforços da família que teve de arrebentar o túmulo para realizar o sepultamento. O procedimento padrão de abertura da cova não pôde ser feito por falta de assinatura de documento pelo prefeito Marcelo Arcanjo (MDB), que é suspeito do crime.
“Precisava de uma guia, assinada pelo prefeito, que é o assassino. Tá aqui a humilhação. Mas a família entrou com uma ação (pedido de liminar) e estamos aqui fazendo o sepultamento”, explicou uma prima de Augusto César. O enterro ocorreu por volta das 18 horas desta quinta, após gritos pedindo “justiça”.

A missa de corpo presente foi feita na Igreja Matriz de Santana do Acaraú. O cortejo foi acompanhado por centenas de pessoas.


A vítima era ex-funcionário da Prefeitura Municipal e havia sido exonerada do cargo "há poucos meses", de acordo com o comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar de Sobral, responsável pela região, tenente-coronel Francisco Assis Azevedo.

Segundo o oficial, Augusto foi morto com tiros na cabeça. "O clima na cidade é de pessoas atônitas. Ninguém esperava que um gestor público fosse capaz disso", completou.

O tenente-coronel informou que o prefeito teria saído da cidade em um veículo ainda não identificado. Marcelo Arcanjo é considerado foragido. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que seguem as diligências à procura dele.

O crime
Edilane Monte, prima de Augusto, relata que no início da noite, por volta das 18h30min, o prefeito chegou à casa da família procurando o seu ex-funcionário. Então, Marcelo entrou na residência e foi em direção da vítima. Fazendo gesto de que iria abraçá-lo, atirou no peito. A mãe da vítima presenciou tudo.


"Ele chegou e agarrou o meu tio e mandou um tiro no peito. Aqui mesmo ele caiu", disse Edilane. Até o momento, a Polícia não sabe precisar se o crime tem relações políticas.