Ao soar dos sinos da Sé Catedral acompanhado de cânticos jubilosos, a imagem de Nossa Senhora da Penha saiu em procissão, pelas ruas da cidade de Crato, ao fim da tarde deste primeiro de setembro. A alegria por celebrar o dia da padroeira da diocese e do município era manifestada no rosto dos milhares de devotos que acompanharam o trajeto de três quilômetros e meio, em especial por este ano ser celebrado os 250 anos de criação da paróquia.
“Todo ano eu venho prestigiar nossa padroeira participando desta linda procissão. Tenho muita fé nela, resolvo qualquer problema. Hoje peço que ela me dê muita saúde e, como estamos em ano de eleição, peço que ela interceda para que os eleitos olhem para os pobres que estão tudo esquecido”, disse a dona de casa Matilde Galvão Brito, de 64 anos, que incentivou sua vizinha, dona Maria da Conceição Moreira Pereira, de 55 anos, para participar com ela. As duas moram em Crato.
Mas o momento devocional contou também com a presença de devotos de outros locais, como, por exemplo, o jovem Renan Silva, de 17 anos, que percorreu 248 quilômetros, vindo de Picos- PI. Tradicionalmente, desde 2015, ele participa desta procissão e o encanto aconteceu como amor a primeira vista. “Minha devoção a Nossa Senhora da Penha surgiu a partir do momento que vim ao Crato, há três anos, e vi o fervor do povo. Me senti tocado e não deixei mais de vir. Este ano temos a intenção dos 250 anos de paróquia que expressa que Nossa Senhora da Penha está sempre conosco, em todos os momentos, e é isso que eu quero expressar a ela, que estarei com ela nos momentos de alegria, de dores e, principalmente, para agradecer e pedir”, falou.
A gratidão expressa pelo Renan era manifestada por vários outros fiéis nas ruas da cidade. Altares em frente as casas, no percurso, mostravam que Maria tem morada em muitos lares, mas acima de tudo no coração do povo que das calçadas ou acompanhando a procissão responderam positivamente o chamado da Igreja para participarem da culminância dos dias de festa. “A resposta de tantos devotos ao chamado a virem participar desta procissão significa, sobretudo, a confirmação da fé, a escolha de Nossa Senhora como nossa Mãe, Rainha do céu e da terra, aquela que nos trouxe Jesus. O povo responde à medida que se relaciona com a Mãe do Senhor e, relacionando- se com a Mãe do Senhor, faz aquilo que ela pede e ela pede que façamos o que o Filho mandar fazer”, disse dom Gilberto Pastana que junto ao dom Edimilson Neves, bispo de Tianguá, padre José Vicente, cura da catedral, e vários outros padres acompanharam a procissão.
O momento devocional foi concluído por volta das 20h, na praça da Catedral, quando ao concluírem percurso, que culminou em frente a Igreja, do palco montado na calçada da Sé, dom Gilberto concedeu a todos a bênção do Santíssimo Sacramento selando assim os quinze dias de celebrações. Após a bênção teve o show pirotécnico.
O andor
Um carro andor de quatro metros de altura, digno de carregar uma majestade, levou a Rainha da Penha pelas ruas de Crato.
A ornamentação, feita por seminaristas do Seminário Diocesano São José, foi inspirada no tema da festa: “Nossa Senhora da Penha Imperatriz Constante”. Um castelo, representando a realeza de Maria Santíssima que é a Mãe do rei Jesus, detalhes na cor vermelha, cor real, anjos e flores como gerbeas, rosas e margaridas, remetendo os fiéis ao céu, foram os elementos utilizados. É importante lembrar que todas as rosas do andor foram doadas pelo povo.
“Para nós seminaristas é uma graça de Deus poder ornar a Virgem Maria para sair às ruas do Crato abençoando esta cidade, abençoando nossa diocese”, expressou Thiago Brito, um dos seminaristas responsável pelo andor.