Donos publicaram um
desabafo que recebeu mais de 1,8 mil curtidas até a manhã desta segunda.
Veterinário diz que animais ficam estressados; crise de pânico pode levar a um
infarto.
Por causa do
barulho dos fogos do réveillon no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, a cadela
Mila não aguentou e morreu. Segundo a dona, Christiane Neri, o animal ficou
mais agitado que o normal com a queima de fogos. O caso mobilizou as redes
sociais.
Depois do
foguetório, a cadela ficou deitada, quieta, e parecia calma. Na manhã de
terça-feira (1º), ela estava morta.
Christiane e o
marido, Randel Silva, publicaram um desabafo em forma de despedida em redes
sociais. Eles contaram que a cadela era tratada como uma filha. A publicação
ultrapassava 1.800 reações por parte de pessoas que se solidarizavam com a
morte do animal.
O veterinário
Fernando Ferreira explicou que esse foi um caso extremo, mas que pode
acontecer. Os animais são muito sensíveis ao estresse provocado pelo estouro
dos fogos, que pode desencadear uma crise de pânico e ansiedade.
“Isso pode
levar à morte do animal, provavelmente por um distúrbio cardíaco ou um infarto,
infelizmente. O que precisa é proporcionar ao bichinho de estimação um local
confortável, um local onde ele se sinta acolhido, protegido de todo esse estresse
que é causado pelos fogos de Ano Novo. E se possível, em algum momento, tentar
fazer com que ele se acostume com o barulho estranho para que ele não sinta
tanto, como aconteceu com essa cadelinha. É mais comum do que parece”, disse o
veterinário da Fazenda Modelo.
O veterinário
adverte ainda que não se deve tentar tampar o ouvido do cão com algodão, já que
não se sabe o tamanho do ouvido do bicho. Outro mito, segundo ele, é tentar
sedar o animal sem o acompanhamento de um veterinário. Isso, disse Ferreira, é
totalmente condenável.
O prefeito do
Rio Marcelo Crivella decidiu proibir a fabricação, a comercialização e o uso de
fogos de artifício cujo som ultrapasse os 85 decibéis. O decreto foi publicado
no Diário Oficial do Município no dia 28 de dezembro, em edição extraordinária.
Entre outros
motivos para tomar tal medida, o prefeito levou em consideração a opinião de
especialistas, que acreditam ser prejudicial à saúde de pessoas e animais,
inclusive com risco de perda auditiva irreversível, qualquer explosão intensa
desses artefatos acima do limite imposto.
