O Ceará registrou 170 homicídios de 0h da
quarta-feira (19) a meia-noite desta terça-feira (24), durante seis dias
de paralisação de policiais militares do Estado, de acordo com
a mais recente atualização da Secretaria da Segurança Pública
(SSPDS). O dado representa, em média, uma morte violenta a cada 51
minutos durante o período.
Somente nesta segunda-feira (24), foram registrados
23 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em todo o Estado. Segundo a
SSPDS, os CVLIs "englobam os casos que se enquadram como homicídio
doloso/feminicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio".
Pelo menos 230 PMs foram afastados de suas funções
e deverão ficar sem os salários já neste mês. Outros 43 agentes de segurança foram presos por deserção, em
consequência de terem falatado o serviço durante o Carnaval. Dois
batalhões da corporação estão tomados pelos PMs paralisados em Fortaleza e um
em Sobral.
A crise fez o governo estadual pedir o reforço
da Força Nacional e do Exército, que está nas ruas do Ceará desde que o
presidente Jair Bolsonaro decretou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que
possibilita o emprego das Forças Armadas em situações nas quais há o
esgotamento das forças tradicionais de segurança pública e em graves situações
de perturbação da ordem. Nesta segunda (24), os ministros de Justiça e
Segurança Pública, Sérgio Moro, e da Defesa, Fernando Azevedo, estiveram em Fortaleza para conferir os trabalhos das
forças de segurança. Nesta terça-feira, o Exército chegou a Crato e Juazeiro, na Região do Cariri.
O número de mortes violentas aumentou com o início
do motim dos policiais militares, conforme dados da secretaria:
·
Segunda-feira (17): 3
·
Terça-feira (18): 5
·
Quarta-feira (19): 29
·
Quinta-feira (20): 22
·
Sexta-feira (21): 37
·
Sábado (22): 34
·
Domingo (23): 25
·
Segunda-feira (24): 23
A SSPDS destaca que "o amotinamento de parte
dos policiais militares começou na terça-feira à noite".
