Batalhões da Polícia Militar ainda estão sendo ocupados por PMs
amotinados neste sábado (22), em Fortaleza e cidades do interior do estado no
5º dia de paralisação de parte de grupos de PMs e esposas.
A
Capital teve noite de sexta e madrugada de sábado violentas.
O Sistema
Verdes Mares confirmou, até 10h, pelo menos 22 homicídios entre
a tarde desta sexta e este sábado. Na Grande Fortaleza, foram
registrados 15 casos: Montese (2) quando uma dupla tentou
assaltar um policial à paisana, Ayrton Senna (1), barbeiro
executado no Henrique Jorge (1), Jangurussu (1), duplo
homicídio em Pedras (2), Av José Bastos (1), na Capital. Na RMF, duas irmãs foram
assassinadas a tiros em Pacatuba (2), Maracanaú (1), Guaiúba
(1), Pacajus (1) e Maranguape (2).
No
interior, anotados 7 ocorrências: Juazeiro do Norte (3), Campos Sales (2),
Crato (1) e Missão Velha (1).
Até agora, mediante dados oficializados pela
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) há 51 homicídios no
Ceará, de meia-noite da quarta-feira (19) até às 23h59 da quinta-feira (20).
COMO ESTÃO OS BATALHÕES
Nesta manhã, o 18º, no bairro
Antônio Bezerra, está rodeado de carros da polícia com pneus
esvaziados. A unidade foi uma das primeiras a registrar motim na terça-feira
(18). Alguns carros, além dos pneus secos, estão danificados,
com portas amassadas por exemplo. Há tendas em frente ao batalhão,
com cadeiras e garrafas de água.
No 22° Batalhão, no Papicu,
nenhuma viatura parada em frente. Não há viaturas paradas, entretanto não
apresenta funcionamento regular.
Já no 17°, no Conjunto Ceará,
duas viaturas fazem o bloqueio das duas entradas do Batalhão. Apesar
disso, 21 policiais se apresentaram espontaneamente. Eles estão saindo neste
momento para postos estratégicos.
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O 16°, na Messejana,
está fechado. Nenhum oficial do Batalhão está nas ruas, segundo
apurou reportagem do Sistema Verdes Mares. Há 23
viaturas no pátio. Todas com pneus furados ou secos. Diversas motos, cerca de
30, também com pneus em igual situação.
O 12º,
em Caucaia,
também estão sem operação normal. Em Caucaia, há cerca de 30 carros da
corporação parados, além de movimentação de amotinados no local.
O 14º
BP, em Maracanaú, cerca de 30 viaturas espalhadas
pelo pátio. Algumas com pneus furados ou secos. Em média, 20 policiais estavam
no Batalhão, todos sem balaclava.
Já em Juazeiro do Norte, o
estacionamento do Vapt-Vupt da cidade é ponto de concentração de PMs do 2º Batalhão.
Até esta sexta-feira (21), pelo menos 10 dos 43 batalhões do Ceará estavam
ocupados por manifestantes.
Em Iguatu, continua
a mesma situação da última sexta com 18 viaturas paradas em frente ao
Quartel do 10 BPM, na rua Adeodato Matos, no bairro Flores.
Os
policiais continuam amotinados na Base da Ciopaer e Raio de Sobral.
Do lado de fora, é possível ver a movimentação de policiais grevistas entrando
e saindo. O senador Cid Gomes tentou desocupar um batalhão na cidade na
quarta-feira avançando sobre o portão com um retroescavadeira e foi ferido a
tiros. Gomes está se recuperando em um hospital particular de
Fortaleza.
Viatura baleada
Um veículo de patrulhamento com policiais civis foi alvo de
vários tiros na noite desta sexta-feira (21), em Caucaia, Região
Metropolitana de Fortaleza. Segundo informações repassadas pela Delegacia
Metropolitana do município, os agentes de segurança faziam ronda no bairro
Parque Soledade quando receberam os disparos. Um dos vidros da viatura chegou a
quebrar.
Nenhum
policial ficou ferido. Nenhum suspeito foi detido.
Carnaval cancelado em algumas
cidades
A
situação no Ceará também se estendeu às festas de Carnaval, que foram canceladas em nove municípios do interior
do estado, sendo estes Paracuru, Milagres, Canindé, Paraipaba, Forquilha,
Horizonte, São Luiz do Curu, General Sampaio e Santana do Cariri.
A
decisão está ligada à paralisação e, as cidades que decidiram manter os eventos
carnavalescos, contrataram seguranças particulares.
Exército
A
presença de 2,5 mil soldados do Exército Brasileiro no Ceará reforçam
a segurança nas ruas do Estado, além de 150 agentes da Força
Nacional que estão na região para conter a crise na segurança pública após
motim de parte dos policiais militares.