O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) 192 Ceará
costuma atender a uma série de problemas de saúde urgentes da população, como
acidentes de trânsito, quedas, acidente vascular cerebral (AVC) e convulsões.
No entanto, após o disseminação do novo coronavírus no Estado - cujos primeiros
casos foram confirmados no dia 15 de março -, o perfil de atendimentos mudou
dos traumas para a Covid-19, de acordo com o coordenador geral do Serviço,
coronel João Vasconcelos.
O
gestor garante que "muitos" casos suspeitos foram socorridos pelas
ambulâncias, incluindo Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) móveis, mas não
detalhou a média de atendimentos de cada caso e como a rotina dos socorristas
foi alterada. "Desde o início da pandemia, tivemos treinamento com várias
lives sobre o procedimento que os profissionais devem adotar com o paciente.
Porque, como eles trabalham em via pública, pré-hospitalar, não têm como saber
se a pessoa está infectada ou não", explica.
Ao todo, 178 municípios cearenses são cobertos pelo Samu Ceará, que possui 17
bases regionais e 69 bases descentralizadas. Cada turno conta com 368
profissionais, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa); destes, 148
deles são socorristas e 36 são médicos. A frota de atendimento conta com 148
ambulâncias, duas motolâncias e dois aeromédicos.
Vasconcelos
diz que não houve necessidade de reforço nas equipes porque o Serviço já possui
um plano de expansão e ampliação no Estado, tendo inaugurado 11 novas bases em
2020 e com previsão de abrir mais 10, nos próximos 15 dias. Os profissionais
também receberam mais equipamentos de proteção individual (EPIs), incluindo
"roupas especiais". Os veículos são constantemente higienizados por
uma empresa terceirizada, e os equipamentos de uso coletivo são desinfetados
com álcool 70%.
Exclusivas
Em
Fortaleza, o Samu 192 é operacionalizado pela Secretaria Municipal da Saúde
(SMS). A Pasta informa que duas ambulâncias do Serviço, descaracterizadas,
foram designadas exclusivamente para realizar o atendimento a pacientes com
suspeitas ou com a Covid-19, "em situações de impossibilidade de
locomoção".
Atualmente,
há nove bases descentralizadas do Samu 192, distribuídas em toda a cidade.
Ainda conforme a SMS, os profissionais foram devidamente capacitados para lidar
com pacientes suspeitos ou confirmados, seguindo as orientações do Ministério
da Saúde (MS), e também utilizam material de proteção individual.
A
secretária Joana Maciel ressalta que as ambulâncias do Samu fazem parte da rede
logística de atendimento à Covid-19 disponibilizada pelo Município.
"Nossos hospitais não terão pronto-socorro. Os pacientes deverão procurar,
inicialmente, os postos de saúde e as UPAs. Havendo necessidade, serão
encaminhados, mediante regulação, em ambulâncias do Samu", informa.
Além
das duas ambulâncias descaracterizadas, a frota de Fortaleza é formada por 19
ambulâncias básicas, duas intermediárias, seis avançadas e mais 10 motolâncias.
Ao todo, a Capital possui 338 profissionais atuando no Samu, incluindo 98
socorristas, 81 enfermeiros e 77 médicos.
A
portaria 1.010/2012, do Ministério da Saúde, estabelece que cada Unidade de
Suporte Básico (USB) deve ser tripulada por, no mínimo, dois profissionais: um
condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem. Já em
cada Unidade de Suporte Avançado (USA), deve haver, no mínimo, um condutor, um
enfermeiro e um médico.
Diario do Nordeste
