Segundo maior partido do Estado em
número de prefeitos, com 36 gestores, o PSD prepara as estratégias para tentar
aumentar esse número nas eleições deste ano. Sob liderança e articulações do
ex-vice-governador Domingos Filho, presidente estadual da legenda, e do
deputado federal Domingos Neto, coordenador da bancada em Brasília, o partido,
que só perde em número de prefeituras para o PDT, que tem 65, realizou, nesta
sexta-feira (7), evento virtual para debater o pleito municipal.
O PSD já tem mais de 100 pré-candidatos no Ceará, número que
deve ganhar definição nas convenções partidárias até 16 de setembro, e se
organiza para dar continuidade ao processo encabeçado por Domingos Filho na
última janela partidária, findada no início de abril, quando uma ofensiva
política no interior do Estado foi responsável pela filiação de 18 prefeitos,
dobrando o que tinham até então.
Na Capital, o partido dará apoio ao candidato do PDT à sucessão
de Roberto Cláudio, mas há, no radar, alguns municípios considerados
estratégicos. "A gente precisa ter todos os cuidados para não parecer que
a gente tem maior ou menor interesse em cada município, mas podemos tratar de
maiores municípios", afirma Domingo Filho, citando, por exemplo, Caucaia e
Iguatu, onde o PSD já tem prefeitos, Maranguape, Juazeiro do Norte, Quixadá e
Tianguá.
Além desses, ele também aponta o reduto político da família,
Tauá, onde a deputada estadual Patrícia Aguiar deve tentar se recuperar do
revés sofrido no último pleito, vencido em 2016 por Carlos Windson (DEM),
cassado pela Câmara em 2018 por má gestão de recursos públicos.
Município que deve ser capítulo à parte na disputa por
prefeituras é Caucaia, onde Naumi Amorim (PSD) deve tentar a reeleição em um
cenário que já tem como pré-candidatos os deputados estaduais Elmano de Freitas
(PT) e Vitor Valim (Pros), as vereadoras Emília Pessoa (PSDB) e Natécia Campos
(PMB), além de nomes como Silvio Nascimento (Patriota), Deuzinho Filho (PSC),
Potin (PSB) e até o ex-prefeito Zé Gerardo Arruda (MDB), afastado da vida
pública desde 2010, quando foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
por desvio de verbas. "Gera bastante interesse dos partidos políticos, o
que é muito legítimo", afirma Domingos Filho.
Coligações
Para Domingos Neto, o fim das coligações nas eleições
proporcionais deve ser um fator favorável. "O fim das coligações vai
corrigir distorções e fortalecer os partidos que tenham um trabalho mais
orgânico, então acho que esse é o trabalho a ser construído", afirma. O
PSD discutiu estratégias para o pleito em seminário virtual realizado ontem e
transmitido nas redes sociais, com participação de lideranças e especialistas
em Direito Eleitoral e Marketing Digital.
Com 100% da sua bancada estadual formada por mulheres, as
deputadas Patrícia Aguiar e Érika Amorim, o partido deve apostar no
fortalecimento de candidaturas femininas para as eleições municipais. A legenda
já tem 12 pré-candidatas a prefeitas, entre elas as prefeitas de Umari, Jati e
Irauçuba. Nas eleições proporcionais, a meta é superar a cota de 30% de
candidaturas femininas, chegando a 40%.
Presidente do PSD mulher, Érika Amorim diz que o partido vem
organizando uma rede de engajamento para maior participação feminina na
política. "Eu acredito que a mulher vem para contribuir tanto com esse
olhar sensível, tanto com essa garra, essa determinação, a busca pela
capacitação, esse acolhimento que ela tem, essa sensibilidade maior para as
questões sociais, que envolvem a infância, desenvolvimento infantil. Eu
acredito que tudo isso é muito necessário", afirma.