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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Expectativa de vida dos cearenses deve cair mais de 2 anos com Covid-19, diz estudo



Os impactos gerados pela pandemia de Covid-19 no Brasil são muitos e parecem, agora, afetar diretamente no tempo de vida de toda uma população. No Nordeste, por exemplo, a crise sanitária fez os cearenses perderem mais de 2 anos de expectativa de vida ao nascer. 
É o que revela o estudo “Redução na expectativa de vida no Brasil em 2020 após a Covid-19", ainda preliminar, liderado pela pesquisadora brasileira Márcia Castro, do Departamento de Saúde Global e População da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard. O trabalho usa dados do Ministério da Saúde e foi submetido para publicação na MedRxiv, da Universidade de Yale. 
A estimativa de vida ao nascer varia conforme a região do País. No Ceará, a queda foi de 2,8%, passando de 74.68 anos em um cenário sem Covid-19 para 72.59 anos com Covid-19, menos 2.09 anos. 

Homens serão mais afetados

Na análise por gênero, os homens no Estado devem perder mais anos de vida, com uma queda de 3%, passando de 70.75 para 68.61 anos, ou seja, redução de 2.15 anos.
Já entre as cearenses, que tinham expectativa de vida ao nascer de 78.65 anos, a queda foi de 1.94, passando para 76.71 anos, menos 2,4%. 
A expectativa de vida dos cearenses ainda é menor que a taxa do País, segundo o estudo. A variação nacional foi de 1.94, passando de 76.74 anos para 74.80 anos. 

Redução esperada

Os números são resultado direto das mortes já registradas no País pela Covid-19. Para a demógrafa Márcia Castro, essa queda não será pontual. 
"Quando acontece um conflito, uma pandemia, algo severo assim, é comum ver esse declínio de expectativa de vida; foi assim na gripe espanhola e nas guerras mundiais".
Contudo, acrescenta a especialista, também é esperado o retorno a normalidade.  "Mas se espera sempre que seja algo temporário, um ponto fora da curva. No caso do Brasil, já estamos vendo que 2021 vai ser pior que o ano passado. Existem Estados que somam mais mortes agora do que ao longo de todo 2020, como Amazonas e Rondônia", diz. 
Embora o estudo destaque ser comum uma rápida recuperação do indicador após choques intensos como guerras ou pandemias, isso não deve acontecer no Brasil. Entre os motivos apontados, diz a pesquisa, está o fato de o País passar atualmente pelo pior momento da pandemia, com número crescente de mortes, colapso dos hospitais e um lento processo de imunização contra a doença.
Em determinadas regiões, ainda conforme o levantamento, a expectativa de vida deve cair até mais de três anos, como é o caso do Espírito Santo, na região Sudeste, com perda estimada de 3,02 anos. 

Fonte: Diário do Nordeste