O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) tentou mais uma cartada para tentar viabilizar a sua aliança com o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), candidato do partido de Ciro Gomes ao governo do Ceará. Tasso pediu a suspeição do juiz do Tribunal Regional Eleitoral que avaliará a validade da convenção estadual dos tucanos, na qual foi aprovada a neutralidade nas eleições cearenses, defendida pelo presidente do PSDB-CE, Chiquinho Feitosa.
A confusão se deu por conta de um rompimento entre Feitosa e Jereissati. O presidente estadual realizou uma convenção do partido no dia 4 de agosto, na qual aprovou a neutralidade, e o senador respondeu com outra reunião no dia seguinte, com apoio dos diretórios nacionais de PSDB e do Cidadania. Ali, definiu a aliança com Cláudio e a indicação do empresário Amarílio Macedo (PSDB) ao Senado na chapa do pedetista.
A definição sobre qual convenção é válida foi parar no Tribunal Superior Eleitoral, onde o grupo de Tasso perdeu por goleada. A Corte, por unanimidade (6 a 0), deu ganho de causa para Chiquinho Feitosa.
Agora, Tasso partiu para uma atitude extremada: pediu a suspeição do relator do caso no TRE-CE, o juiz Francisco Érico Carvalho Silveira, com um argumento bastante frágil: Silveira é sócio do advogado Alcimor Rocha Neto, tido como “mentor jurídico” de Chiquinho.
No pedido, os advogados José Eduardo Rangel de Alckmin (ex-ministro do TSE) e Antônio César Bueno Marra ainda forçam uma barra argumentando que Rocha Neto é primo em primeiro grau de Caio César Asfor Rocha, “que por sua vez, vem a ser genro de Chiquinho Feitosa”.
O pedido deve ser encaminhado ainda ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). É a última cartada de Tasso para invalidar a convenção estadual, com chances remotas de sucesso, segundo pessoas que acompanham o caso de perto.