A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou na noite desta terça-feira, 23, que o Ministério da Saúde entrou com o pedido de liberação para uso da vacina contra a monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos, no Brasil. Na semana passada a agência aprovou, por unanimidade, uma norma que dispensa o registro para importação de medicamentos e vacinas para a doença. Assim, produtos para prevenir e tratar a zoonose viral aprovados por agências internacionais poderão ser utilizados no país.
A área técnica vai analisar a vacina Jynneos (vírus Ankara modificado), da farmacêutica Bavarian Nordic, que já recebeu aval de autoridades reguladoras estrangeiras. Na análise, a agência vai confirmar se características essenciais da vacina são as mesmas da versão aprovada, como: fabricante, concentração, forma farmacêutica, indicações, contraindicações, posologia, população alvo, via de administração e modo de uso. A decisão caberá à Diretoria Colegiada da Anvisa.
Em anúncio feito na última sexta-feira, 19, a agência informou que os pedidos de dispensa de registro serão analisados com prioridade e a decisão deve ser divulgada em um prazo de até sete dias úteis.
O Ministério da Saúde iniciou no mês passado as tratativas com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a OMS para a compra de 50 mil doses da vacina contra a doença. A previsão é de que a primeira remessa chegue ao país no próximo mês. A pasta lançou a Campanha Nacional de Prevenção à Monkeypox nesta segunda-feira, 22.
Em julho, a zoonose viral foi considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) pela Organização Mundial da Saúde e, até o momento, contabiliza 41,7 mil casos no mundo, segundo a plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford. No Brasil, foram confirmados 3.788 casos e uma morte.
Monkeypox
Descoberta em 1958, a monkeypox (varíola dos macacos) recebeu esse nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.
Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.