O ex-presidente Lula (PT) participou, na noite desta quinta-feira (25/08), de uma entrevista no Jornal Nacional que integra a série de encontros com os principais candidatos à Presidência deste ano. Na conversa, foram abordados diversos temas como as investigações da operação Lava-Jato, as divergências históricas do petista com o seu atual candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB), e o governo Dilma Roussef (PT) que deu continuidade à gestão da sigla entre os anos 2010 e 2016, quando sofreu um impeachment.
“Eu acho sim que a Dilma cometeu equívocos na questão da gasolina, ela sabe que eu penso isso. Eu acho que cometeram equívocos na hora que fizeram R$ 540 bilhões de desoneração e isenção fiscal de 2008 a 2040. E eu acho que quando ela tentou mudar, ela tinha uma dupla dinâmica contra ela: Eduardo (Cunha), presidente da Câmara, e o Aécio (Neves), no Senado”, afirma.
Ao ser questionado sobre o fato de haver uma equipe aliada a Dilma e que auxiliou nas decisões da então presidente da República, Lula se distanciou da gestão da petista. Se direcionando a William Bonner, ele disse: “se um dia entrar alguém no teu lugar para fazer o Jornal Nacional, você vai perceber o que é ‘rei morto, rei posto’. Ou seja, quando você deixa o governo, quem ganha vai governar do jeito que entender. Quem está de fora não vai mandar”, destacou. Apesar disso, também teceu elogios à competência da ex-presidente, afirmando que ela “fez um primeiro mandato extraordinário, porque ela se endividou para poder manter as políticas sociais e o desemprego em 4.5%, que foi o menor desemprego que tivemos na história do país”.
Além disso, Lula relatou que Dilma havia o avisado que caso seu nome fosse mencionado, ele não respondesse a pergunta pois ela vai “lá para discutir com eles”.
Sobre a sua parceria com Geraldo Alckmin nessas eleições, Lula afirmou que conta com a experiência do ex-tucano na gestão de São Paulo (como governador e vice) para aliviar a crise. Ao ser relembrado das divergências que os dois tiveram ao longo de suas respectivas trajetórias políticas, o petista disse que feliz era o Brasil e a democracia quando a polarização no país era entre o PT e o PSDB. “A gente era adversário político, a gente trocava farpas, mas se a gente se encontrasse em um restaurante, eu não tinha nenhum problema em tomar uma cerveja com Fernando Henrique Cardoso, com o José Serra, porque a gente não se tratava como inimigo”, declarou.