O Brasil teve 131 pessoas trans assassinadas em 2022, uma média de 11 por mês, segundo relatório anual da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). As vítimas foram 130 mulheres trans/travestis e 1 homem trans.
O índice faz do país o mais violento do mundo contra esse público, conforme o estudo.
Já o Ceará é o segundo estado que mais mata travestis no país, com 11 vítimas mortas em 2022, o mesmo número registrado em São Paulo.
Uma das vítimas no Ceará no ano passado foi Jerry, morta a tiros quando estava na calçada de casa em Coreaú. Em Forquilha, Natasha foi encontrada morta em via pública, em outubro
Já em 27 de junho, véspera do Dia do Orgulho LGBTQIA+, uma travesti foi morta a tiros e outra espancada em ações distintas ocorridas em Fortaleza. A vítima, conhecida como Cromada, era amiga do ator Silvero Pereira, que faz o “Zaquieu”no remake da novela Pantanal. Em publicações no Instagram, Silvero falou sobre o crime e fez uma homenagem para a amiga.
Desde 2017, quando a associação passou a fazer esse levantamento, o Ceará alterna entre segundo, terceiro e quarto lugar entre os estados mais violentos contra travestis. Em 2020, foram 22 travestis vítimas de mortes violentas.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social informou que mantém iniciativas para reduzir a vulnerabilidade de pessoas trans e travestis no Ceará.
Afirmou ainda que em dezembro de 2022 foi sancionada a Lei 18.250/2022, que criou a Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim) e que a unidade tem como foco receber e apurar os casos de discriminação contra pessoas, entidades e patrimônio público ou privado sobretudo em Fortaleza, onde está instalada, mas também colaborando com as investigações, caso necessário.
Violência no país
O número de assassinatos em 2022 ficou abaixo dos 140 contabilizados no ano anterior, mas acima da média da série histórica iniciada em 2008, que é de 121 mortes por ano. A série inclui dados contabilizados pelo Grupo Gay da Bahia, até 2016, e pela Antra, que começou a produzir um dossiê dos assassinatos em 2017.
A Antra explicou que o número de assassinatos pode ser maior porque não existem dados oficiais sobre a violência contra essa população no Brasil. Pelo 14º ano, o país continua sendo o que mais mata pessoas trans no mundo.
Por Redação Sobral Pop News / Fonte: G1/CE