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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Com 53 homicídios, Itarema é o município mais violento do ano no Ceará



Itarema, no Litoral Oeste do Estado, é o município mais violento do ano até aqui no Ceará. De janeiro a outubro, foram registrados 53 assassinatos no município, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Isso significa uma taxa de 123,37 homicídios por 100 mil habitantes; a população de Itarema foi estimada em 42.957 pessoas, conforme o Censo 2022.
Esse índice é mais de quatro vezes a taxa de Fortaleza no período, que foi de 28,78 homicídios por 100 mil — a Capital tem 2.428.708 habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e 699 homicídios de janeiro a outubro de 2024, conforme a SSPDS.

Com isso, 2024 já é o ano com o maior número de assassinatos em Itarema desde 2009, primeiro ano da base de dados de criminalidade disponibilizada pela SSPDS. Os altos índices de homicídios em Itarema são diretamente influenciados pela disputa entre facções criminosas existente na região.

No município, agem as facções Comando Vermelho (CV), Guardiões do Estado (GDE) e Massa Carcerária, esta última aliada do Primeiro Comando da Capital (PCC). A situação se agravou a partir do segundo semestre de 2023, quando um racha na GDE resultou na debandada de vários de seus integrantes para a Massa.

Conforme o inquérito policial (IP) nº 326-04/2024 — que resultou na prisão, em outubro último, de Francisco Erbenildo Coelho, o “Menor Bixim”, de 33 anos, apontado como “conselheiro” da GDE em Itarema —, o “primeiro da linha de comando do tráfico de drogas em Itarema e integrante da facção GDE”, Antônio Gleilson Freitas, conhecido como NK, foi assassinado, em 5 de setembro de 2023, em Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza.

“Em razão desta morte, a guerra se materializou na cidade de Itarema com a execução de LINHARES BARBOSA DE SOUSA v. LINHARES, integrante da GDE, fato ocorrido dia 07/09, pela manhã, na localidade de Torrões”, consta no inquérito instaurado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).