Entregadores de aplicativos em todo o Brasil convocaram um greve nacional para os dias 31 de março e 1º de abril de 2025. O movimento, denominado “Breque Nacional”, visa exigir melhores condições de trabalho de empresas como iFood, Uber Flash e 99 Entrega.
Os trabalhadores reivindicam quatro pontos principais: aumento da taxa mínima por entrega para R$ 10 (atualmente fixada em R$ 6,50 no iFood), reajuste da remuneração por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50, limitação do raio de atuação das bicicletas a três quilômetros e pagamento integral dos pedidos em entregas agrupadas.
O movimento tem ganhado força nas redes sociais, com vídeos de convocação alcançando mais de 1 milhão de visualizações. Para Nicolas Souza Santos, da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea), esta promete ser “a maior greve da história”, com engajamento nacional.
A greve ocorre após o impasse nas negociações entre trabalhadores e empresas, mediadas pelo Ministério do Trabalho em 2023. Na ocasião, as plataformas propuseram pagar R$ 12 por hora efetivamente trabalhada, sem considerar períodos de espera, mas os entregadores rejeitaram a oferta e defendem pagamento pela “hora logada” — tempo total conectado ao aplicativo.
O movimento também denuncia estratégias das empresas para conter a mobilização, como a concessão de incentivos financeiros para quem não aderir à paralisação.
Resposta das empresas
O iFood, líder do setor, destaca que tem reajustado valores nos últimos anos, elevando a taxa mínima de R$ 5,31 para R$ 6,50. A empresa também afirma ter reduzido o raio de atuação das bicicletas, mas alerta que novas restrições podem diminuir as oportunidades de trabalho.
