Caríssimos irmãos , celebramos hoje a festa de Corpus Christi, a festa da Eucaristia, da Comunhão e da Unidade. As leituras mostram a ligação que existe entre o Pão que é Cristo e o pão que alimenta o corpo. Não é possível entrar em comunhão com o Corpo do Senhor sem partilhar com os irmãos o pão material.
Na primeira Leitura, o rei Melquisedec oferece a Abrão e seus homens cansados e famintos pão e vinho, depois invoca o nome de Deus sobre Abrão. Este relato sempre foi considerado uma figura de Cristo e dos sacerdotes da Nova Aliança, que oferecem no altar o pão e o vinho. Embora povos diferentes e até rivais, soube partilhar... Sentiu-se irmão… A mesma coisa deve acontecer com o banquete eucarístico. Não podemos repetir o gesto de Jesus na última ceia, gesto de unidade e partilha, e depois alimentarmos sentimentos de desunião, ganância, preconceito, egoísmo.
Na segunda Leitura, São Paulo fala da Instituição da Eucaristia para mostrar a discordância entre o *"partir o pão*" e as desavenças, que haviam na comunidade de Corinto. Não é aceitável celebrar o gesto que é sacrifício e dom da vida, união com Cristo e com os irmãos e estimular divisões, discórdias e manter desigualdades na comunidade!
No Evangelho, São Lucas relata a multiplicação dos pães para explicar o que significa *"partir o pão."* Ele começa mostrando que *"Jesus acolheu as multidões, começou a falar sobre o Reino e multiplicou os pães."* É o que acontece na celebração eucarística: O presidente da celebração acolhe os fiéis com a saudação da paz, logo todos se acolhem com a resposta à saudação, em seguida temos a liturgia da Palavra onde nos é anunciado o Reino de Deus, depois todos partilhamos o que temos e como podemos, por fim nos alimentamos e nos saciamos espiritualmente. *"Partir o pão"* é acolher, anunciar, escutar, ofertar e partilhar.
*"Dai-lhes vós mesmos de comer."* No início da missão, Jesus havia enviado os discípulos para repartir o pão da palavra, mas agora confia-lhes também a partilha do pão material. Aquele que se fez pão, e multiplicou os pães num deserto, nos envia para que sejamos multiplicadores do amor, sensíveis para com os irmãos e irmãs que sofrem. Não está em nossas mãos o privilégio de multiplicar os pães, mas compartilhar o nosso com os irmãos e irmãs…
Os pães e os peixes, colocados à disposição de todos, são os bens que todos têm. Não se trata somente de doar dinheiro, roupas e alimentos; mas colocar à disposição da comunidade os dons da inteligência, e outras qualidades que Deus distribuiu para cada um de nós. Quando todas essas "riquezas" forem colocadas em comum a serviço da vida, veremos acontecer o mesmo milagre que Jesus realizou num deserto: *"haverá fartura para todos."*
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Partilhar o pão da mesma forma que Jesus partiu foi o que fez o Servo de Deus Padre Cícero Romão. O Padrinho acolheu o povo, escutou suas necessidades, falou sobre o Reino de Deus anunciando o Evangelho e aconselhando; recebeu as ofertas que lhe deram, multiplicou-as administrando sem ganância e partilhou todos os bens com quem precisava.
Padre Cícero viveu o Evangelho.
*PARTILHEMOS OS DONS QUE TEMOS, ASSIM TEREMOS AS GRAÇAS NECESSÁRIAS PARA BEM VIVER.*
*Recebam minha bênção sacerdotal na certeza de que Deus está no comando de tudo, sempre!*
*Pai, Filho e Espírito Santo!*
*Amém!*
*Pe. Cícero José*
_Reitor da Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores